segunda-feira, 17 de junho de 2013

Meteorologistas, feiticeiros e pajés. (2)


Meteorologistas, feiticeiros e pajés. (Parte 2)

 

Enquanto o sertanejo vai mandando pedidos, mensagens e agradecimentos a São Pedro e São José os profissionais da meteorologia já soltaram balões sondas e rádios sondas que foram rastreados em sua trajetória de ascensão em direção ao céu. Sendo seus dados coletados e enviados a outras estações meteorológicas, onde as informações serão plotados em gráficos e mapas. O dia de São José já teve uma maior importância, quando era feriado nas cidades do interior. Com a redução de feriados nacionais, o dia não foi esquecido pelo sertanejo.

Dados vindos de sondagens atmosféricas, por balões meteorológicos são lançados em formulários para uso futuro. E anotados (plotados) em gráficos com o nome de Skew T Log Pi, um gráfico de uma atmosfera padrão, que depois de totalmente plotados e analisados podem fazer entender o comportamento das camadas superiores da atmosfera e estimar o tempo na localidade de soltura dos balões, normalmente em aeroportos, uma previsão para as próximas horas, fundamental para aviação

Meteorologistas e climatologistas tem se reunido para discutir a seca do NE. Com certeza suas analises e opiniões para o futuro servirão para administrações municipais, estaduais e federais traçarem suas estratégias de promessas em campanhas eleitorais. A transposição do Rio São Francisco muda os rumos do rio e os destinos das águas a cada momento político.

Hoje os tempos são de alta tecnologia que permitem reuniões a distancia com vídeo conferencias, sem a necessidade presencial de todos os participantes. Basta ter um acesso a internet que todos poderão participar ao mesmo tempo, inclusive com interferências ao palestrante em tempo real.

O clima muda a cada momento, o tempo que faz na data de hoje não é o mesmo desta mesma data em outros anos. Algo, mesmo que seja minusculamente imperceptível mudou, e muitos anos depois serão notados os acúmulos destas pequenas mudanças.  

A ordem social atual é a preservação do meio ambiente. e o quanto menos viagens acontecerem, menos combustível de origem fóssil serão utilizados, e menos poluentes serão lançados na atmosfera, o que justificaria uma teleconferência para discutir o que está acontecendo e já se sabia que ia acontecer.

 

 

 

 

RODAPE

 

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Natal - Parnamirim/RN ─  27/05/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)
 
 
Cientista Social
Jornalista Científico
 
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)

 

 

Meteorologistas, feiticeiros e pajés. (1)


Meteorologistas, feiticeiros e pajés. (Parte 1)

 

Muito já se falou e já se constatou que a atual seca no NE é a pior dos últimos tempos, pelo menos entre os novos tempos, e desde os tempos de onde e quando há registros de dados anotados e classificados, de um modo cientifico e acreditável. Tanto o período de secas quanto o período de chuvas, são momentos sazonais previsíveis e esperados para acontecer, a intensidade dos períodos que se torna uma dúvida e uma expectativa. O sertanejo tem suas formulas e técnicas para prever e saber antecipadamente como serão os períodos de chuva e de seca. Formulas e técnicas chamadas de crendices e empirismo pelo cientificismo.

As dimensões continentais do Brasil criam diversas denominações das estações, em diferentes regiões, que podem causar um mau entendimento por uns ou por outros nos diagnósticos e prognósticos climáticos e meteorológicos. Enquanto uma parte do país entende o inverno como uma estação fria outra parte entende como período das chuvas. Enquanto durante uma mesma época do ano uns chamam de verão outros chamam de seca. Meteorologistas classificam de veranico um pequeno período do inverno com características de verão.

O outono traz consigo uma herança colonizadora como sendo o período em que as folhas caem, ficando as arvores apenas com os galhos. A primavera como a estação das flores e no nordeste o mandacaru quando flora na seca é sinal que a chuva chega no sertão.  Nas escolas do sul maravilha aprende-se desde sedo por fotos e imagens na TV que o cactos é uma planta natural dos desertos. O sertanejo desde cedo sabe distinguir um facheiro de um mandacaru e de um xique-xique.

Pinicos pluviométricos, bolas de cristal heliográficas e higrômetros com elementos medidores de umidade consistindo em um conjunto de fios de cabelos, que distendem com a umidade. Vendavais medidos pela quantidade de penas que uma galinha perde, e birutas para indicar direção e velocidade de vento. E molhar o dedo para identificar a direção do vento, são modelos ou instrumentos de medição de um passado não tão distante.

Observar e analisar as nuvens no céu, observar comportamentos de alguns animais, perceber se faz frio ou calor, faz parte de uma observação empírica, implícita em cada um de nós. O homem aprende pela observação.

 

RODAPE

 

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Natal - Parnamirim/RN ─  27/05/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)
 
 
Cientista Social
Jornalista Científico
 
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Miscigenação do catimbozeiro


Miscigenação do catimbozeiro

 

Arqueologicamente falando o Brasil foi formado inicialmente por povos pré-históricos. Há vestígios encontrados e comprovados minimamente pelos sítios arqueológicos da Ilha de Marajó e na região de Santarém, na região Norte. Diversos outros sítios arqueológicos e inscrições rupestres podem ser são encontrados pelo país.

Historicamente narrando o Brasil foi formado por povos oriundos da África, povos indígenas nativos e pelos portugueses que aqui desembarcaram por volta do ano 1500 da Era Cristã, em naus e caravelas com uma cruz estampada nas velas. A história se incumbiu de fazer inserções e modificações culturais com migrações europeias e asiáticas. Economicamente o Brasil é um país novo no cenário mundial, de um mercado oscilante que depende de safras e climas, de situações políticas governamentais, de bolsas de valores e de bolsas de mercadorias internacionais.

Mas este mix de povos, economias e culturas, mais a diversidade religiosa mediante um processo histórico deu um ganho de cultura e aprendizado a partir dos múltiplos olhares. Foi menosprezado e diminuído por muitos, evitando e diminuindo o seu crescimento, mas sempre levantando, sacudindo a poeira e dando a volta por cima.

Exemplo melhor para o exposto acima é o jeitinho brasileiro de criar situações e soluções em casos extremos, como os vistos nos últimos dias. Movimentos de indigenização, onde se volta às raízes antigas com gestos ancestrais, criando tensões e conflitos para mudar o ambiente no qual  vivem, polêmicos, mas irresistíveis.

Ultimamente o país vem sofrendo, vivendo e convivendo com manifestações de diversas classes e etnias com diversas reivindicações e cobranças ao poder publico. Até na abertura de um jogo de futebol com um pais do outro lado do mundo e com destaque e transmissão internacional onde a presidenta foi vaiada pelo público presente no estádio. Estádios que vão se transformando em arenas.

O país vai ganhando espaço na mídia internacional, o espaço anteriormente ocupado por misérias e violências, escândalos e falcatruas vai se modificando e sendo ocupado por reivindicações populares.

Com a força policial utilizando de gás pimenta e gás lacrimogêneo logo apareceram outros temperos e produtos domésticos como antídotos contra efeitos de gases utilizados nas ruas, vinagre e produtos antiácidos. Talvez por falta de fornecedor ou de planejamento os manifestantes não revidaram com gás hilariante.

Todo poder autoritário gera em seu próprio modelo, recursos, estratégias e possibilidades de ser destituído.

 


Jornal de HOJE

 
Natal - Parnamirim/RN ─  16/06/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)
 
 
Cientista Social
Jornalista Científico
 
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)